Esta semana trago a contribuição mais que válida do poeta multifacetado
Cris Castro, que aqui expressa seu jogo de palavras beatnik entre bebop jazz, café expresso e muitos maços de Pall Mall, segundo ele mesmo. Espero que gostem!
Balade Pour ToiCafé com creme
Espalha à míngua
tua boca-candeeiro
de acesa língua
penso, penso
esparramo com creme
Cole Porter
Miles Davis
Vermelho? “ Suable, mister !”
c/ peti-poá branca
e sulfato de codeína
Desce em teu ventre
a mão ligeira
por onde escorre o tempo
areia e terra-cota
“ avoa “ a nave brejeira .
Teu beijo assim
é confete
páprica picante
do “ ruim-que-dá “
e batalha de salão !
beijo, beijo
Pássaro aflito é João
pivete + bola + vidraça
casa de barro, vermelhidão
do amor maciço.
- Que graça !
Epílogo :
Cheiro à tabaco
vez em quando macio e virtuoso
leio jornal ao sol ( e fico informado )
”Há um rapa-bebum nos saguões do Time Square”.
Cafeine FreeA vitrine de ídolos pingentes
diviniza teares surrados
que vestem patéticos e mal acabados
temíveis manequins de gesso
No Café, os habitués
repousam seus dedos nas lavandas
e vehas molham com saliva
obsoletos manuais Prêt-à-porter.
Sob o viés da ironia
Irrompe agora um olhar, me fita
como anágua última
despe minha carne aos – ais –
sussurra !
porquanto penso na barba por fazer.
Mantenham a fé, e até semana que vem.